Nota da Febrapils sobre decreto nº 10.185
Com surpresa recebemos a divulgação do decreto nº 10.185, de 20 de dezembro de 2019 do Governo Federal que extingue cargos efetivos vagos e que vierem a vagar dos quadros de pessoal da administração pública federal e veda a abertura de concurso público e o provimento de vagas adicionais para os cargos especificados.
A luta em relação a contratação de tradutores e intérpretes de Libras- Português em um cargo compatível e o recebimento de rendimentos adequados a atuação é uma reivindicação antiga dos profissionais e de toda comunidade surda brasileira. Porém, até o momento são concursos gerados no cargo de “tradutor intérprete de linguagem sinais” que garantem a mínima condição de entendimento para estudantes, técnicos e professores surdos nos espaços das instituições de ensino superior federal. A extinção do cargo ou mesmo a sua proibição, sem nenhuma outra forma de viabilizar e/ou garantir o atendimento por parte desses profissionais é um retrocesso ao direito linguístico e a qualidade no atendimento pelos intérpretes já concursados, uma vez que a demanda é cada vez mais crescente.
Em audiência pública realizada em 27 de agosto de 2019 na comissão da pessoa com deficiência da câmara federal com a presença dos representantes do MEC, foi apresentado, demandas reprimidas que não estão sendo atendidas, isso significa, pessoas surdas em instituições de ensino sem a presença de profissionais qualificados para o atendimento, situação essa que é contrária a LBI, pois é responsabilidade do Estado a manutenção e garantia de políticas públicas que possam assegurar o direito linguístico e a acessibilidade da pessoa surda (Lei 13.146- LBI Cap. IV. Att 28 XVIII Parágrafo II). Temos conhecimento de pessoas que possuem conhecimentos rudimentares em Libras e estão atendendo surdos em sala de aula de instituições de ensino superior, recebendo uma bolsa para sua atuação, o que é grave. Sabemos de diversos intérpretes atuando sozinhos por longos períodos, sem horas de preparação para realizar sua atividade e sem atuação em equipe garantida. O que gera prejuízos imensuráveis, físicos e psicológicos para os profissionais e para os alunos que tem seu direito garantido por lei descumpridos.
Esperamos que a vedação do cargo para novos concursos não seja a única solução apresentada pelo governo. Desejamos que o governo federal com urgência apresente medidas realmente efetivas para solucionar os problemas e não criando medidas que agravam a situação atual. Há soluções que precisam ser tomadas e elas não podem estar somente baseadas na terceirização do serviço que podem prejudicar ainda mais o atendimento, o levando a precarização. Que seja enviado ao congresso, com urgência a criação de cargo em nível superior, via concurso público, evitando a precarização do serviço com a descontinuidade de atendimento, quando do vencimento de contrato ou de retirada de empresa terceirizada, o que gera uma grande perda para o usuário final do serviço, as pessoas surdas. Estaremos aqui sempre à disposição, vigilantes para assuntos relacionados aos tradutores, intérpretes e guias-intérpretes.
Um retrocesso sem parâmetros! Não entendi as entrelinhas! Será que existe alguma ideia escondida nelas? Temos que nos manifestar,mesmo que esse decreto tenha outro viés!
Quais os acréscimos dos governos anteriores? Caso houvesse avanço e comprometimento com este público, não estaríamos discutindo políticas públicas para atendimento destas necessidades específicas, mas retificando ou ratificando medidas já tomadas…todo avanço é paulatino quando se buscam grandes avanços…nada é imutável a ponto de não ser passível de alteração e/ou adequação….
Os cursos de Libras são caros, a hora aula nas faculdades tem valor infro, e os cursos de pós em Libras tem só teoria.
Ola!!! Há muitos anos estou envolvida com a área a fim. Atualmente atuo como professora e intérprete de Língua Braseira de Sinais (libras) em escolas das redes Estaduais e Municipais em meu município. Concordo que os cursos na area em questão são caros, e nas faculdades, poucos créditos , muitas teorias e pouca prática. O que ocorre hoje na minha opinião, falo porque vivencio estas experiências, as pessoas querem atuar como intérprete, porém pensam que fazer alguns cursos básicos em LIBRAS já estão aptos para interpretar, traduzir ou mesmo atuar na docência em salas de aulas, com alunos Surdos incluídos ou não. Nossa profissão exige muitos conhecimentos, muitas técnicas, estudos, contato com a cultura e os Sujeitos Surdos, para assim adquirir fluência, fazer as medicações , para que ocorra as comunicaçoes entre os mesmos.
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