#LIBRASNATV Campanha pelos Direitos Linguísticos dos Surdos nas Mídias Televisivas e Virtuais
Assista a Versão em Libras
Em um momento tão delicado como o que temos passado em virtude da pandemia do COVID-19, a Federação Brasileira das Associações dos Profissionais Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais – FEBRAPILS em parceria com a Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos – FENEIS, visando a luta pelos direitos linguísticos dos cidadãos surdos de todo o Brasil, adota total apoio e incentivo a campanha #LibrasnaTV que visa denunciar a falta de informação e conteúdo em Libras nas TVs abertas, Tvs fechadas e em demais mídias virtuais.
A Organização das Nações Unidas (ONU) coloca que o direito à informação e à comunicação é essencial para o exercício da cidadania. A informação é um direito imprescindível e deve ser oferecida igualmente para todos. Informação é poder, é uma forma de exercer a humanidade, de permitir a participação, a produção de discurso e opinião.
A Declaração Sobre os Direitos das Pessoas Pertencentes a Minorias Nacionais ou Étnicas, Religiosas e Linguísticas de 1992 preconiza o:
- Direito de gozar de sua própria cultura, de professar e praticar sua própria religião e utilizar sua própria língua em lugares públicos e particulares livremente e sem ingerência nem discriminação alguma.
- Direito de participar da vida cultural, religiosa, social, econômica e pública.
- Direito de tomar parte efetiva em nível nacional nos casos que são interessados.
Há uma hegemonia da língua portuguesa em todos os meios de comunicação e as comunidades surdas ficam completamente à deriva de qualquer acesso. No cenário atual, as poucas iniciativas demonstram o interesse de toda população em ter a Libras agregada nas diversas esferas sociais, em especial as comunidades surdas, que anseiam poder participar com dignidade daquilo que circula aos olhos de todos .
A falta de acesso de informação em língua de sinais na mídia já foi pontuada em documento publicado pela FEBRAPILS em março de 2020: Ofício às Emissoras de Telecomunicação sobre ausência de Acessibilidade em Libras em transmissões sobre o Coronavírus. No texto solicitamos a tomada de providências no que diz respeito à transmissão de conteúdos informativos também em Libras (por meio da alocação de intérpretes, por exemplo), com intuito que transmissões e programas televisivos sejam acessíveis à comunidade surda brasileira.
Esse documento foi encaminhado para as redes televisivas de diversas emissoras regionais a fim de informar e orientar sobre a necessidade fundamental de se promover acesso de informação e conteúdo em Libras, atendendo significativa parcela da sociedade que necessita dessa atividade. Infelizmente a tentativa de comunicação não obteve sucesso.
Nesse contexto inicia-se assim uma ação voluntária da comunidade surda brasileira e da categoria de profissionais em reivindicar o acesso à informação e demais conteúdos nas redes televisivas e na mídia, por meio da campanha #LibrasnaTv que tem sido protagonizada por surdos, surdas e intérpretes de todas as regiões do país. A campanha consiste em tirar uma foto com a #LibrasnaTv questionando a falta de acessibilidade por parte das emissoras e demais produtores de conteúdo.
Informações salvam vidas! Onde está o direito dos surdos?
Intérpretes voluntários que traduzem vídeos e reportagens, como o grupo Central em Libras Covid-19, tem forte atuação na tradução e disseminação de informação sobre a pandemia em Libras, um trabalho essencial que nasce do compromisso ético em contribuir com conteúdos de fontes seguras. Fortalecendo a campanha os tilsp voluntários colocam nos vídeos de suas traduções a #LibrasnaTV com diversas frases de reivindicação.
Infelizmente há pouquíssimos meios que fornecem acesso em Libras, o que é extremamente prejudicial aos surdos que ficam desamparados e desassistidos pela mídia. O não acesso a conteúdos tão importantes e essenciais, ainda mais no momento crítico que vivemos, fere os direitos linguísticos dos surdos que têm a Libras como seu meio de comunicação e expressão reconhecida pela Lei 10.436/2002. Além disso, a indisponibilidade de conteúdos em Libras se configura como “barreiras de comunicações e na informação”, conforme disposto no artigo 2°, parágrafo 2°, item “d” da Lei 10.098/2000 – Lei de Acesso à Informação.
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A Federação conta com o apoio de todos da comunidade surda, categoria de profissionais tradutores intérpretes de Libras, familiares e amigos de surdos, assim como aprendizes de Libras, para participar da campanha #LibrasnaTV. O objetivo é chamar a atenção do poder público quanto ao descumprimento da viabilidade de acesso a informação para as pessoas surdas e atenção das redes de TV, assim como demais mídias, para a necessidade de cumprir um mínimo de conteúdo em Libras, resguardando os direitos linguísticos das comunidades surdas ao acesso à informação em sua língua.
![](http://blog.febrapils.org.br/wp-content/uploads/2020/04/LibrasNaTV3.jpg)
Para o cientista da comunicação Joan Ferrés é mais fácil enganar uma pessoa desinformada do que uma pessoa com alguma informação porque a sem informação não possui dados para orientar suas decisões. O pesquisador Dr. Wolney Gomes Almeida abordando o tema sobre “a televisão e a comunidade surda” explica que tratar desse assunto que diz respeito ao acesso à informação e, conseqüentemente, à construção das imagens sociais oportunizadas aos Surdos para que estes tenham decisões conscientes, e não excludentes no meio social. Conforme ainda aponta Wolney, se os Surdos dispõem de uma língua completa e legitimada com direitos garantidos, espera-se que esse público exerça seu direito à informação e ao lazer de forma real.
Assim, entendemos que o acesso à informação é para todos e que a não garantia dos direitos linguísticos dos surdos pode acarretar prejuízos e danos irreparáveis para toda a sociedade. Esperamos que no coletivo possamos nos mobilizar para que essa pauta seja atendida e assim mais um passo seja dado nas conquistas de toda comunidade surda.
Por que o Brasil é sempre o último a fazer o que é bom para a população
Sempre ficamos em desvantagem no que tem que se investir a imprensa brasileira cobra tanto do governo mas também não fazem nada para mudar
Os surdos brasileiros não têm acesso a as informações mais básicas no meio político na saúde e educação
Assistem ou jornal na TV não entendem nada
Mas não tem importância são poucos para um investimento alto assim dizem eles também querem ser informados do que acontece no país que também é deles
Merecem mais respeito do governo e das emissoras de TV